Foi ainda em 1979 que se ouviu
uma das afirmações mais bonitas em relação à Igreja, vinda de Puebla, a Igreja
Latina-Americana optava pelos pobres e pelos jovens. Diz-se de uma opção
“afetiva e efetiva”. Ainda hoje, no entanto, a evangelização da Juventude é um
“gargalo” para a vida da Igreja. Nos perdemos na metodologia, na linguagem e na
proximidade com os/as jovens. E com grande facilidade descarrega-se sobre os
próprios jovens a culpa do insucesso de sua evangelização. Todavia, uma grande
luz se faz ver! Em outubro de 2018 vai acontecer em Roma, um Sínodo (uma
reunião de bispos do mundo todo) para refletir sobre a juventude. Neste
encontro a Igreja do mundo inteiro quer olhar para os jovens e ouvir deles
quais as modalidades mais eficazes para a evangelização hoje. Quer ainda
perguntar-se como está acompanhando os jovens na vivência da fé e no processo
de discernimento vocacional.
É a primeira vez que a Igreja
terá os jovens como tema de um sínodo. Este será um grande momento para a
juventude e a Igreja como um todo, pois seguindo a esteira proposta pelo Papa
Francisco na Evangelli Gaudium, se
deseja aprofundar a reflexão de como contribuir para que a juventude encontre a
felicidade que é fruto de um adequado discernimento e escolha vocacional, do
seu projeto de vida.
Este momento de preparar-se para
o Sínodo dos Bispos que acontece em todas as dioceses do mundo é de fato um
momento de graça. O Documento preparatório que está guiando a reflexão nas
dioceses e entre as diferentes expressões juvenis ajuda a dar uma previa
daquilo que deve ser o sínodo: “Manifestar o desejo de colocar a juventude no
centro das preocupações e ações pastorais da Igreja”. Além do mais, carrega uma
perspectiva profundamente acertada, pois olha para os jovens e as jovens com um
olhar esperançoso e positivo. Sem deixar de olhar o contexto socioeconômico
cultural que influencia profundamente a vida da juventude nos tempos de hoje,
afirma-se que os jovens são sementes do
novo para a Igreja e a Sociedade.
Outra perspectiva muito
esperançosa deste caminho sinodal é o desejo manifesto da Igreja em contribuir
com os jovens para o discernimento vocacional. Esta temática é fundamental,
pois diz da “condição de possibilidade” para os jovens encontrar a felicidade.
Nesta perspectiva coloca-se como instrumento fundamental o acompanhamento.
Acompanhar como quem deseja indicar um caminho e não como quem deseja apropriar-se
da fé dos jovens, é uma manifestação lucida e profunda da Igreja que se coloca
a serviço da construção da felicidade.
Por fim, outro elemento
profundamente marcante deste caminho sinodal, manifesto no documento
preparatório, é a intenção de abandonar os esquemas pré-estabelecidos e
desafiar-se a andar “por estradas imprevisíveis e distantes dos locais
habituais das comunidade eclesiais”, para encontrar os jovens “ali onde estão,
adequando-se aos seus tempos e aos seus ritmos”.
Deposita-se uma confiança muito
grande neste processo sinodal, de modo especial por ele carregar esta nota da
participação juvenil. A fala de uma jovem manifesta uma grande luz para o
caminho da Evangelização da Juventude: Se
a Igreja quiser aproximar-se dos Jovens precisa começar melhorando os laços
afetivos”. Esta expressão é de quem deseja sentir profundamente a presença
e a proximidade da Igreja com seu existir e sua vida. Não há outro caminho para
que o Evangelho de Jesus seja anunciado hoje, se não for pelo caminho do
coração, dos laços afetivos.
De fato, o dizer da juventude tem
cheiro de esperança e profecia.
Edivandro Luiz Frare
edivandro211086@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário